Qual o conceito de Paz?

17-10-2022

O conceito de paz, é vago, pode ser individual, a paz do individuo, ou conceito colectivo, como a paz entre nações.

Mas o que é no sentido lato, a semântica de Paz?

A paz reveste se de tantas formas quantas as necessárias, não possui o mesmo sentido para todos, não se aplica em uma doutrina rígida, e invariavelmente depende da alienação ou a não alienação dos pressupostos individuais no individuo ou nos pressupostos colectivos do colectivo.

A paz é abstracta, materialmente a paz de um pode ser a guerra de outro, daí se referir muitas vezes a "paz duradoura" ao tempo decorrido entre guerras, por exemplo, por isso a paz, pode ser uma constante da vida, mas será uma constante intermitente.

Nenhum estágio de paz se alcança, sem um percursor da mesma, sem um estado que a provoque, sem que seja necessário alcançar a paz.

No espectro colectivo, é justo dizer que nenhuma nação, existe, sem essa intermitência, pode se sim afirmar, que umas menos intermitentes que outras, mas todas as nações vivem constantemente sobre uma "paz duradoura" de longa ou curta duração, e as acções que terminam esses períodos, não são exclusivamente bélicas, podem ser acontecimentos naturais, políticos ou sociais.

No espectro individual, a paz no e do individuo, é diferente, é uma quase inexistência nos primeiros anos de vida, e não depende na sua larga maioria de nenhum evento bélico, politico ou social.

A paz do individuo é espiritual, não depende de nenhum armistício, de eleições ou movimentos societários.

Na negociação da paz colectiva, com vista há sua obtenção, as partes têm necessariamente de chegar a acordo, ou termos, sem a formalização desse acordo, não há paz, na guerra, na politica na vida da sociedade, todos os conflitos terminam com os termos aceites, ou de forma radical, com a completa obliteração de uma das partes, aí nem paz nem acordo, só a supremacia.

No individuo, a paz pode ser unilateral, não necessita de qualquer acordo ou termos, a mesma é espiritual, pertence ao intelecto, e a mesma é alcançada por desígnio e não por acordo.

No entanto a paz no individuo é substancial á demanda do próprio individuo, e este é o problema do individuo, a demanda.

A demanda do individuo é eterna, pelo menos até que a morte a interrompa, então como o individuo atinge a paz, sendo a sua própria demanda consistentemente volátil?

Vivendo as consequências dos seus actos, compreendendo que todas as escolhas (actos) fazem parte do caminho da demanda, e a demanda é a vida, com todos os "extras" inerentes.

Se o individuo viver as consequências dos seus actos, através ou subjugado, ao exterior de si (a terceiros), nunca irá atingir paz alguma, é um ser alienado de si mesmo, um não ser, uma marioneta servil, irá com certeza viver uma paz que não é a sua.

Em um individuo alienado de si mesmo, a paz que vive é ilusória, e o primeiro indicio do problema é a sua demanda, que não é sua, mas sim de outrem, logo as consequências dos actos que daí advêm, são imposições, e não naturais, livres e conscientes como seria de esperar, um ser alienado de si mesmo, é incapaz de tomar a responsabilidade das suas acções, e ao não o conseguir fazer, vive numa paz ilusória, a paz ilusória no individuo é uma morte lenta, febril e um severo castigo pela sua recusa de ser ele próprio.

Não significa "castigo" a ausência de paz?

O conceito de paz é ambíguo, disforme e localizado, pressupõe um estado ante pacifico e uma necessidade de paz, decorrente desse estado.

A paz, toda a paz só é possível, primeiro pela aceitação livre e consciente dos actos cometidos, e segundo pela paz que as consequências acarretam.

Valter Marques

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