O fracasso americano no pacifico
O imperialismo bacoco e vil dos EUA, atingiu provavelmente um ponto de não retorno, o declínio económico e o consequente declínio militar, as derrotas consecutivas no Médio Oriente, a derrota mais que anunciada na Europa de Leste, podíamos dissertar sobre as causas que levaram uma potência mundial, em duas décadas cair por terra, e são muitas, mas realcemos algumas.
O músculo militar, esticado até há exaustão, desde da segunda invasão do Iraque, que o músculo militar americano (além das derrotas militares), contribuí largamente para o declínio económico, tomemos como exemplo, a campanha do Afeganistão, a guerra mais cara (económica e militarmente) travada até aos dias de hoje, que se redundou, na derrota, as guerras travadas no Médio Oriente sob as bandeiras do terrorismo, pelos EUA e sus muchachos, elevaram, de uma forma nunca vista, nem mesmo no esforço da II Guerra Mundial, os orçamentos dedicados ás causas militares, que em 2017, o PIB americano cedeu 611.200.000,00$, e em 2022 irá ceder 768.000.000,00$, comparativamente a China cedeu em 2017, 215.700.000,00$ do seu PIB, e em 2022, a mesma China irá aumentar essa parcela destinada ao músculo militar, em 7%, a China cedeu 209.000.000,00$ em 2022, se repararem de 2017 a 2021 a China desinvestiu no poderio militar, no entanto é hoje (04 de Agosto de 2022) a maior frota naval do mundo...
O expansionismo militar do império do sangue americano, é parte dos gastos elevados, cerca de 200 bases militares em torno do mundo, e isso consome enormes recursos financeiros (muitos dólares diariamente), só como exemplo, Ramstein, a base americana no sudoeste alemão, consome mensalmente cerca de 3.000.000,00$ (36.000.000,00$/ano), e falamos de contas por baixo, pelo que com mais 199 bases, ainda que de várias escalas e de vários graus de importância, os custos associados são gigantescos, e na realidade de nada servem.
A China não possui bases militares fora do seu território, o que elimina os custos associados com deslocamentos, material e efectivos.
O sector militar de desenvolvimento, é responsável também, pelo descalabro e tamanho do sorvedouro de notas verdes, bastará verificar o projecto dos F35, os aviões tidos como state of the art, 155 milhões de dólares, por uma sucata com asas, que partem ao meio em pleno voo, e que já mataram mais efectivos militares americanos parados, do que baixas provocaram em conflito.
No plano económico, um problema de difícil solução, as últimas décadas de desinvestimento na economia interna americana, com a fuga da industria de consumo para a China, a dependência energética da Rússia e do Médio Oriente, e os sucessivos embargos impostos na América Latina.
O grande "motor" económico dos EUA, tem sido a industria do armamento, que até a nível interno, já se começa a questionar, essa franja de mercado, não se questionando claro, o mercado externo e o cliente que representa as forças armadas americanas, naturalmente são grandes produtores de cereais, os segundos no ranking, estando a China no lugar cimeiro.
O poderio económico interno americano, é um castelo de cartas, com dois gatos como guardas, dotada de infraestruturas envelhecidas, programas sociais que não funcionam no seu espectro total, criou nestas ultimas décadas mais pobres que ricos, o sonho americano da casa na colina resplandecente, desapareceu.
A alavancagem económica que provém do sistema financeiro americano, alicerça-se na unipolaridade global, 2022 marca o início da divisão efectiva do mundo, e tudo indica, o fim do dólar como moeda de mercado, e a queda do dólar é hoje uma realidade, que, caso se confirme o fim do petrodólar no dia 22 de Agosto de 2022, conforme anunciado pela OPEP, a recessão na economia americana será o mal menor.
A América, necessita de uma guerra de escala, como de pão para a boca, só o escalar de um conflito de proporções globais, reporia a grandeza da América, económica e financeiramente, desde que o mesmo não fosse combatido dentro das fronteiras americanas, um conflito dentro do território americano, ditaria a completa obliteração do país, nasceriam das cinzas, não uma federação, mas um multitude de novos estados soberanos.
O conflito na Europa, a guerra proxy com a Rússia, de pouco serve, a Rússia está a cilindrar o proxy americano, e o investimento americano dotado ao proxy, é irrecuperável, pelo que, se tornou o conflito no Leste Europeu, para os americanos, um lose - lose game, e o pior de tudo, é que a cúpula do poder americano está perfeitamente consciente do facto, e com isso pretende minar, não só a economia interna, bem como a economia europeia, e nisso, o sucesso está garantido.
O problema no pacífico, nomeadamente a China e Taiwan, é antigo, e os próprios americanos, reconheceram na década de 70 Taiwan como província chinesa, simplesmente, Taiwan é uma província chinesa, esse é o entendimento dos EUA e do resto do mundo, ou 90% dele.
A visita de um alto dignitário, como a Pelosi, a Taiwan, sem o natural entendimento da China, é para todos os efeitos, uma violação da soberania chinesa, uma afronta na política externa entre os dois países, que simultaneamente são as duas maiores economias do mundo (1,º China; 2.ª EUA), e os dois maiores exércitos do Mundo (1.º China; 2.º EUA), não seria dotada de severa gravidade, caso o dignitário fosse, digamos um mero senador, mas acontece que Nancy Pelosi é a segunda linha na sucessão do presidente americano, além de presidente da câmara dos representantes.
Agora, a visita de Pelosi, é tudo menos casual, não se insere em um périplo pela Asia, um destino, que provoque reacções, que hostilize, a já de si frágil situação política e económica do destino visado, com isto os americanos, usando a sua ambiguidade em relação a Taiwan, ora apelando á One China Policy, ora relembrando que em caso de invasão de Taiwan, a américa se comprometeu em prestar auxilio ás ilhas formosas, exceptuando-se o caso de declaração de independência unilateral por Taiwan, em que esse auxílio não mais pode ser prestado.
É notória a armadilha político-militar que os EUA, montaram aos Chineses, com a visita de Pelosi, e dado os avisos emitidos pela China, os americanos esperavam um movimento militar chinês, que visa se o voo onde seguia a Pelosi, ou uma invasão de Taiwan, colocando deste modo, os EUA em guerra declarada com a China.
Duas lições, se retiram do assunto, a primeira é prova real da "paciência de chinês", a China, caso despoleta se militarmente qualquer acto, que visa-se Pelosi, além de uma guerra de proporções globais, desencadeava a aplicação da doutrina nuclear americana, era a "autorização expressa" dado ao governo americano para, táctica ou estrategicamente fazer uso do nuclear, e isso a China, soube de antemão evitar, de salientar que, é política nuclear americana o seu uso, em caso de compromisso da soberania, e a soberania não se cinge só ao território, mas também aos integrantes do governo em funções, tal como a doutrina nuclear Russa, e Pelosi é parte dessa soberania.
A China, optou pela demonstração de poder, a rapidez que movimentou a marinha, o exército e a força aérea, são sinais suficientes para mostrar ao mundo a prontidão em que se encontram (a vantagem de não colocar vadiagem em bases estrangeiras), além da capacidade balística, de artilharia e conjugação de esforços, a China hoje, demonstra (tal como a Rússia o têm feito) maturidade política e militar.
Taiwan, não representa nenhum entrave aos chineses, militarmente, um total de 160 mil de efectivos militares insulares, geograficamente indefensável, contra 2 mil milhões de efectivos chineses, uma centésima parte da maquinaria de guerra na ilha, comparativamente aos detidos pela China.
O conflito não deflagra, e aqui a segunda anotação, porque a maturidade chinesa é real, Taiwan é um enclave que a Oeste conta com as forças americanas, e a Este com as forças japoneses e sul coreanas, a acontecer um conflito, a China enfrentaria a possível derrota militar, cercada e com 3 frentes de combate, naturalmente que além da derrota da China, uma potência nuclear, seria a derrota do mundo também, como reagiriam os americanos, se a frota naval do pacifico fosse simplesmente afundada?, e os japoneses insulares, sob fogo de mísseis balísticos?
Muito provavelmente, uma guerra nuclear a eclodir no mundo, será aqui, e não na europa de leste, e esse é um facto perigosamente real, ou era, até há próxima provocação dos americanos.
No ocidente, clamava se a guerra, os culpados do costume como bad boys, e os vadios dos yankees, como os certinhos do morro, a imprensa clamava pela derrota política chinesa, um dragão de papel...
Pois, mas o dragão cospe fogo, é inteligente, e foi o maior vencedor do embate simulado, evitou um conflito, na realidade a China nunca afirmou a acção militar, sempre disse que iria repercutir duramente as acções, e está efectivamente a executa-las, não militarmente, mas e novamente it´s the economy, stupid, economicamente ajoelha Taiwan, os Yankees e os Japas, simples não???
A China, tal como a Rússia, são os únicos crescidos na sala, os restantes são meras crianças de fralda cheia, a berrar porque se cagaram todos...
Valter Marques