O efeito Vestfália
Todos os grandes problemas do mundo, têm nascido pelas mãos dos ocidentais.
E este facto, deve se exclusivamente á insanidade das massas ocidentais, da prepotência de seres evoluídos, inteligentes e únicos, mas não são, não são mesmo.
E esta insanidade sob falsas qualidades auto imputadas, tornou se comum no ocidente, e este "estágio" de pressupostos não visíveis, conduzem ao abismo da humanidade ocidental, a humanidade não termina, não, os ocidentais é que podem ser os novos Maias.
Existe um (existem vários) episodio que considero especial, no mundo ocidental, a paz de Vestfália e os seus três tratados, como forma de terminar a Guerra dos Trinta Anos, as diversas potências europeias, acordaram, em três manuscritos, aquilo que ficou conhecido como a Paz de Vestfália, uma intrínseca doutrina de soberania, independência e liberdade, os manuscritos ainda que vagos, para a modernidade actual, eram o preâmbulo da "ordem mundial", e neles mesmos se encontraram diversos eruditos das "leis", um dos quais, o "pai" da lei internacional, com o seu contributo para a modernidade, com a "Mare Liberum", entre muitas outras obras suas.
A Paz de Vestfália foi o início, das guerras e intrigas politicas, pode se afirmar que esse evento, fez nascer o conceito de politica externa, e como Clausewitz afirma no seu trabalho "Na Guerra", as guerras são a continuação das politicas por outros meios.
A Europa passou a viver sob uma paz de alianças voláteis e de interesses vastos, deixou de ser o Império Sacro Romano, para ser uma amálgama de Estados, do Cristianismo obrigatório, para a mescla dos estados cristãos e protestantes,
A Paz de Vestfália, trouxe um pequeno pormenor, é nos pormenores que reside o diabo, o Império Sacro Romano, detinha pelo Cristianismo, as artes educativas, e sendo o Império uno e indivisível, sob o manto do Direito Canónico, a formação académica era una e indivisível também, a acção de educar academicamente, pertencia ao clero, era exclusiva e não se destinava a toda a população.
Ainda que a população se encontra se analfabeta, era educada sobre os valores cristãos, na forma práctica, mesmo desconhecendo as letras, as ciências e as artes, a filosofia de vida em sociedade era amplamente conhecida, qualquer analfabeto moderno, vive em sociedade de forma natural, desde que tenha valores.
A Paz de Vestfália, alterou radicalmente, não só a geopolítica, mas como a ordem da humanidade, e é sob esse paradigma, que a sociedade ocidental vive actualmente.
A introdução de politicas, internas e externas, baseadas em alianças voláteis, baseadas na "muttual trust" entre políticos (como o cardeal Richelieu), em detrimento dos valores morais e sacros, abriu portas a uma educação académica "per petitionem", e na alçada dos Estados, não que isto seja nefasto ou errado, não o é, a educação sob a alçado dos Estados, permitiu a abertura da educação curricular á generalidade da população, e isso foi uma vitória, a derrota surge da educação para o desígnio estatal e político.
E ao longo de quase 5 séculos, a educação ocidental tornou se miserável, condicionada e ideológica, se recuarmos 5 séculos, os analfabetos erigiram pontes, estradas, aquedutos, volvidos 5 séculos doutores e engenheiros destroem países.
Mas Vestfália não trouxe paz ao centro europeu, nem ao oeste, nem ao novo mundo (EUA), os conflitos bélicos persistiram, mas como fruto das politicas externas, e não pela sobrevivência de enclaves étnicos, reinos e tribos, mas sim por conflitos internos, se antes de Vestfália o maior perigo ao Império era o Império Otomano, depois de Vestfália, além dos Otomanos, as próprias nações internas, se confrontavam entre politicas de alianças voláteis e guerras fronteiriças.
Da Paz de Vestfália, resultou o Império Britânico (regente na actualidade), o Império Germânico, Austro-Húngaro, Polaco, e demais que, durante séculos mudaram a geografia e a politica da Europa, desembocando no actual Império da União Europeia.
A Europa pós Vestfália continua a ser um problema de resolução contínua, mas sem solução capaz, o imperialismo que o evento trouxe, continua a marcar com sangue a vivência dos povos, não só na Europa, como no mundo, a Europa é o problema do mundo, e os problemas do mundo os que a Europa produz.
A Europa, como mundo ocidental, é um fracasso, negligente e bárbaro, tão bárbaro como os demais, que o Ocidente considera inferiores.
O mundo vivia bem sem os ocidentais, mas os ocidentais não vivem sem o mundo.
Valter Marques