Educar ou formar academicamente? Parte 1
O que define educação, e o que define formação académica, é uma pergunta pertinente, actual e ainda sem compreensão pela massa que compõe a sociedade, de todos os extractos sociais.
Será a educação a arte de ensinar letras e números, será a educação, a aprendizagem ministrada nos circuitos escolares aos alunos, se é a educação, essa arte de ensinar letras, números e ciências, o que é então a formação académica ou curricular?
Quando alguém refere que determinada pessoa é educada, não se refere ao seu currículo académico, mas sim a sua civilidade ou polidez, á sua amabilidade, á sua postura social correcta e apropriada, no fundo refere-se até normalmente, às raízes familiares, a educação base, a que é ministrada pelo seio e ambiente familiar.
Ser educado é ser cordial, coerente, é alguém que olha em todas as direcções, ser educado é chegar a horas, é tratar por igual os seus semelhantes, e para isso não necessita forçosamente, de ser "letrado", ou possuir formação académica ou curricular.
Necessita, porém, de obter essa educação, na sua base, no âmago da existência, e isso, essa aprendizagem, está condenada ao fracasso nos dias de hoje.
E muitos factores deteriorantes se mostram impunemente no dia a dia, vivemos hoje, de status, de aparências, sobre endividados, vivemos sobrevivendo num círculo viciante de miséria, tanto física como psicológica.
As falhas decorrentes da educação, serão reflectidas forçosamente na formação académica, na construção da vida pessoal e profissional destes jovens que, hoje, são inibidos da educação base, caindo no risco, da perpetuação da ignorância e da estupidificação das massas humanas, elevando o risco de regressarmos ou nos equipararmos aos nossos antecessores de há 2 milhões de anos (homo habilis ou australopithecus habilis), e necessitando, se existir tempo para, reaprendermos tudo quase do início.
A educação é a primeira formação que qualquer individuo recebe, normalmente dos seus pais, em casa, é a formação cívica ante a formação curricular, e como consequência, é o reflexo do próprio ambiente familiar, é em casa que se educa, a ser cordial, com o bom dia ou a boa tarde, com o desculpa, com o primeiro embate com a negação das coisas, é o primeiro contacto com a disciplina hierárquica, é também a apresentação aos "tribunais" sociais, ás penas (castigos), aos deveres familiares, aos hábitos e regras, decorrentes do seio familiar.
A educação não se rege por programas curriculares, evolui positiva ou negativamente, em simultâneo na mesma sociedade, não existe na educação, um fio conductor, um programa construído e comum, mas sim decorrente da educação prévia, e daquilo que essa mesma educação prévia (a recebida pelos pais), evoluindo positivamente ou negativamente, se transmite, se impõe.
Nem todos (por infortúnio da vida), recebem uma educação evoluída positivamente, que, faça transparecer os bons costumes, e que os enalteçam, que os transporte de geração em geração e que os eleve, há os que, regridem na civilidade da educação, que os torna mal-educados, incorrectos civilizadamente, desrespeitadores e incapazes na maioria das vezes de se comportarem como humanos racionais, tornando-se egocêntricos e indisciplinados, fechados cognitivamente, e quase primários, e isto acontece infelizmente.
Quando a educação falha na sua base, no seio familiar e primário da vivência, a escola pode, corrigir parte dessa insuficiência, mas não é destinada a providenciar essa base, na escola, coloca se em marcha, e em práctica, a educação base, são os "testes de esforço" de cada individuo, que reagirá consoante esteja bem ou mal preparado, ou seja, irá reflectir no dia-a-dia em sociedade aberta, o grau educacional que recebeu, durante a sua curta vivência, inserido quase por exclusivo no ambiente familiar.
Quando, se reflecte a necessidade, dessa lacuna ser preenchida em ambiente escolar, a probabilidade de êxito é diminuta, não podemos pedir aos institutos académicos, que o façam, pelo menos exigir-lhes um êxito absoluto, não têm como, perderam-se alguns anos, o carácter tende a moldar-se consoante as bases recebidas e observadas no ambiente familiar, tornando difícil, a qualquer instituição, de forma materna ou paterna, reconduzir e corrigir temperamentos e atitudes, e podem, contrariamente ao pretendido, camuflar esses efeitos perigosamente.
Fruto dessa falta, hoje se reflecte nas comunidades escolares, e não raros são os casos de insubordinação, entre alunos, e entre alunos e professores. Bem como na sociedade aberta, é notória a ignorância, especialmente nas idades de pré-adolescência e adolescência, de salientar que nestas fases da vida, a propensão para estes jovens se mostrarem ao mundo é deveras elevada, pelo comportamento, pelas atitudes e até pelas ideologias adoptadas, constituindo se em uma fase de consolidação individual.
E os exemplos são mais que muitos, é nestas faixas etárias hoje, que encontramos os verdadeiros terroristas de amanhã, os verdadeiros estúpidos, é nesta faixa que verificamos movimentos que reivindicam a igualdade de género, estúpidos como são, carregados de uma ideologia própria de ilustres asnos analfabetos, defendem algo que não existe, é uma fábula invertida, uma doutrina imposta, para que sejam isso mesmo, estúpidos e ignorantes.
Se assim não o fossem, defenderiam somente a igualdade entre Humanos, os seus semelhantes, não os catalogavam de homossexuais, lésbicas, transgéneros e mais uma panóplia de títulos ou rotuladores, porque só existem dois géneros, masculino e feminino, o resto são modos de vida, são opções, que devem de ser respeitadas e resguardadas no seio intimo de cada um, merecem o mesmo respeito que qualquer semelhante, em qualquer modo de vida que adoptem, o ser humano adquire o direito á vida e todas as regalias e obrigações inerentes, pelo nascimento, não por ser homossexual.
O ser humano não pode nem deve ser discriminado (isto está bem patente na Constituição da República Portuguesa, na Carta dos Direitos Humanos), se estes inúteis e incapazes percebessem de letras, iriam facilmente depreender, que assegurado que está ao ser humano uma universalidade de direitos naturais, a religião, a apetência sexual, etc., são direitos universais da humanidade adquiridos.
Naturalmente existe discriminação, por infortúnio, que não devia de existir, mas isso só se resolve com a educação base, não com reivindicações ou propaganda, tal como se apregoa um qualquer producto mercantil, e naturalmente, com a aplicação de penas aos prevaricadores, porque discriminar é crime, e os crimes punem-se por lei, não por outdoors...
Também podemos hoje afirmar, que a sociedade educa, é um facto que se vem a consolidar, e os resultados estão bem á vista de todos.
Se assim não fosse, como explicaríamos esta falta de educação no mundo?
Assistimos ao aparecimento de uma anormalidade normal, especialmente em época de verdadeira crise, ou crises, já que são várias...
Constitui se hoje, a maior crise na humanidade, a verdadeira epidemia, que tornou a humanidade doente, a falta da educação, dos princípios basilares, do discernimento e da razão das coisas, não se educa, replicam se erros e metástases cancerígenas, desde tenra idade.
Se já percebeu que, educar não é formar academicamente, então o que é a formação académica?
Valter Marques