Covid, China e a ilusão do conhecimento ocidental
A china em 2019 foi o percursor da fraudemia do século, na capital de Wuham, na província de Hubei, até aqui tudo bem, exceptuando-se que a China é dividida em 23 províncias e 34 subdivisões, que incluem as 23 províncias, das quais Taiwan, 4 municípios, 5 regiões autónomas e duas regiões administrativas especiais, no seu total a China conta com uma população de 1.411 mil milhões, em contrapartida a Europa não chega ao 500 milhões.
A suposta pandemia iniciou se em 2019, no ultimo trimestre naquela zona do globo, e veio com o rótulo de mutação natural, dadas as características alimentares dos chineses, altamente reprováveis pelos europeus, nem a mutação do vírus nessas condições é plausível, nem a alimentação dos chineses será um veleidade fortuita das suas degustações do palato.
A família de vírus Sars é comum aos mamíferos, e as suas mutações são cíclicas nos mesmos, ainda que apresentem diferenças na patologia, os Sars gozam da convivência entre humanos e animais, e uma alteração de escala que permitisse de forma natural exponenciar a gravidade da patologia, na China e em um sistema secular de alimentação é um sofisma do ocidente, a China tem por infortúnio da sua geografia e clima atravessado diversas crises alimentares desde que existe China, do período 108 ac a 1911 dc ocorreram na China 1828 crises alimentares, ou grandes fomes, que introduziram a luta pela sobrevivência, incluindo o canibalismo, em média todos os anos existe uma crise alimentar em pelo menos uma província chinesa, pelo que os mercados de carne exótica, como morcegos, pangolins, cães e afins é secular, e a secularidade destes eventos é não só uma questão cultural, como de sobrevivência, pelo que as teorias da falta de higiene e segurança alimentar, próprias do mundo cor de rosa do ocidente são sofismas próprios da cultura errante do ocidente, em termos comparativos o ocidente apresenta mais distúrbios alimentares e patologias conexas na sua população do que a China.
O desconhecimento geral ocidental sobre a China e o mundo em geral associado ao seu narcisismo, proporcionam às sociedades ocidentais juízos na maioria das vezes errados, e com isso as percepções de conhecimento se tornam ilusórias, o vírus pode muito bem ter partido da China, ou da Ucrânia, visto que em ambos os países se manipulavam vírus.
Em termos políticos, a China é novamente um sistema secular, dos, se não o mais antigo do mundo, a China ainda é imperial, ainda que não seja regida por um imperador desde a dinastia Qing, com o ultimo imperador Xuantong (Henry Pu Yi 1908 - 1912), é para todos os efeitos prácticos uma autocracia imperial, onde as sucessões do chefe de governo são por apontamento directo da casta partidária única, ainda que 8 partidos estejam inscritos e em voga na China, a constituição chinesa é uma ditadura democrática-popular, e o Partido Comunista é o vigente constitucionalmente, não compete ao narcisismo ocidental alterar este desígnio, até porque a China produziu mais revoluções que os estados modernos ocidentais.
Este ano, temos assistido a manifestações na China pedindo a demissão do recém eleito Xi Jinping, como presidente da República Popular da China, com o mote da Covid e das medidas austeras que têm provocado na sociedade chinesa, e naturalmente o sofismo europeu, tem facturado com as acções de controlo dessas mesmas revoluções, condenando a actuação do governo chinês, classificando-o como repressor e ditador, primeiro a China constitucionalmente é uma ditadura, bastaria aos narcisistas europeus ler a carta régia chinesa, e classifica-los de repressores é pura demência, durante os últimos dois anos a europa têm seguido esse mesmo caminho, nem mesmo a europa pode condenar o uso das forças militares chinesas pelo seu governo, desde 01 de outubro que na Alemanha é o exercito responsável pelo patrulhamento e vigilância dos cidadãos alemães, em Portugal as forças armadas foram usados para inocularem a sua própria sociedade.
Durante estes últimos 18 meses que mantenho contacto com alguns residentes chineses, e não, não com os chineses residentes em Portugal das lojas do chinês, residentes tal como eu, parte da sociedade chinesa no caso deles, portuguesa no meu caso, sociedades diferentes, culturas diferentes no mesmo mundo, as mesmas preocupações, os mesmos receios.
Seria interessante se o ocidente antes de abrir as goelas para gritar impropérios, tivesse a dignidade de executar um exercício introspetivo e talvez identificar as suas próprias ditaduras e repressões, se o fizesse iria observar que também é chinês.
Valter Marques